quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A vida é você preso ao seu estado mental atual, que se deve em parte às condições do seu estado físico atual. Mas a quantidade de significações de um mesmo evento! A capacidade de resignificação é uma benção, uma benção e um mal. Porque o sentido de tudo vai se adequando ao seu sentido conforme o seu sentido vai se adequando ao que o momento quer. E se faz o que se faz. O porque não importa, porque esse porque é volúvel. O porque mesmo é maior que isso, o porque mesmo é a somatória. E a somatória não se explica, porque se mostra, por completo. Envolve a silhueta como uma farda translúcida de geleia de. Você não vê, você sente - às vezes um peso, um suspiro mais profundo, um estado de ânimo. São as gotículas de entendimento que o porque que é concreto respinga sobre você, como um espirro ao contrário - aspirado. O resto você não vê e nem sente. Porque o resto é exteriorizado como uma chuva de espinhozinhos do tamanho de microcoisas. Como micro-ondas, que só afetam quem passa tempo o suficiente perto do emissor. É assim. Quem tem esse tempo pra gastar finalmente entende. Quem quer ter esse tempo, o tem pra gastar, porque, no fundo, deseja uma imersão profunda nas micro-ondas. Como uma farpa pontiaguda de chumbo que dispara de paraquedas. E se crava no chão e se suja de chão e vira chão.

sábado, 17 de setembro de 2011

Fiquei orgulhosa de mim mesma porque eu descobri (ou recriei, ou criei) a origem do símbolo do coração. Aquele símbolo vermelho, encorpado, com uma aresta em baixo e duas montanhas em cima.
O símbolo do coração - eu descobri hoje - é, na verdade, o desenho simplificado de um coração humano espelhado. O coração humano (cheio de detalhes indesejados) virou uma metade de coração-símbolo (mais palatável), pense na imagem. Acrescido da metade de lá - pronto! Coração.



Ou pode ser só o delírio de alguém que acredita na história do amor como o encontro de metades. Esse romantismo besta...
Sobre a realidade. Será que a realidade, como realização concreta de um conceito abstrato, existiria se não houvesse ninguém para vê-la?
Deus não existe, porque não há como vê-lo. Assim como a morte não existe, porque não a vemos de dentro. A morte não é verdade (nem Deus). Mas não porque seja mentira; porque - a morte é irreal.
Ou só é real aquilo em que se acredita? Real, seria o que se vê... ou o que se sente?
O real é a eterna disputa entre a solidez do mundo e a fluidez do eu.

domingo, 4 de setembro de 2011

Torradeira de carvão tosta a vida
Besta vida.
Sequência irracional ilógica inconsequenteciente
de quentura insignificada troca pura de calor.

O sinal sonoro indicia o ponto de maturação
a estabilidade, o ponto máximo do desenvolvimento o
auge intransponível
da dor. (do ponto de vista da torrada)

A inevitabilidade:
- Manteiga, chuchu?
- Obrigado, pombinha.